Recordar

Em sua etimologia a palavra recordar é proveniente do latim “recordare” que tem o sentido de trazer a memória, em seu sentido usual, fazer voltar a memória ou reviver, onde encontramos sentido na frase reproduzida pelo senso comum “recordar é viver”.
Quando trazemos a memória, determinada situação, realmente a revivemos, podemos sentir a alteração emocional, a alteração de nosso estado de humor, logo, ao revivermos uma situação angustiante podemos padecer de seus desconfortos de trazermos a memória uma situação positiva, também podemos desfrutar destes bons sentimentos.
Freud nos apresenta em sua primeira tópica três instancias psíquicas, o inconsciente, o pré-consciente e o consciente, as situações das quais podemos recordar, estão contidas no pré-consciente, o que requer muitas vezes um dado esforço ou um estimulo muitas vezes aleatório ao decorrer do nosso dia.
Ao introduzir o modelo estrutural a segunda tópica Freud não refuta seu modelo anterior, inclui outras três instancias psíquicas o ID (totalmente inconsciente) O Ego (Parte consciente, parte pré-consciente e parte inconsciente) e Superego (Parte consciente, parte pré-consciente e parte inconsciente) cada qual com suas características e seu conteúdo peculiar.
Nesta analise ao se atentarmos ao Ego (Eu) representa o como percebemos o que somos e como percebemos o mundo, na parte inconsciente do Ego encontramos os mecanismos de defesa e na parte pré-consciente encontramos recordações que nos auxiliam ao decorrer de nossa existência, para lidarmos com nosso dia a dia.
O Superego por sua vez tem a função de auxiliar o Ego com a demanda proveniente da realidade, nele está contido ás orientações parentais, normas de conduta, leis, conteúdo teológico e a moralidade. O Superego trabalha como um sensor, nos causando culpa quando por ventura infringimos aquilo que fomos orientados ou desejamos infringir, muitas orientações recebidas vão contra as manifestações naturais de nossos instintos, emoções e sentimentos o que pode ocasionar desconfortos.
Trazer aquilo que é bom a memória não basta, podemos sim nos reavivar em busca de um projeto, mas o desejo está relacionado diretamente à imaginação, com base em uma boa experiência podemos estimular nossa libido (Energia Vital) para aquilo que nos satisfaz, encontrando assim recursos para continuar ou iniciar nossa busca por satisfação.
Embora algumas situações de outrora jamais serão revividas ou emuladas, passa a habitar em nós ao trazermos estás a memória, a certeza de uma vida que valeu apena ser vivida, recurso útil ao decorrer das adversidades do caminho, trazer a memória aquilo que nos motiva, aquilo que nos dá esperança, é observar por traz de um horizonte de nuvens cinzas o sol da liberdade.

Recorda: Aquilo que é bom, aquilo que te traz esperança, aquilo que te satisfaz e te motiva a caminhar
Ao reencontrarmos amigos e termos uma breve conversa das experiências que foram compartilhadas, temos algo majestoso neste momento, algo único, singular em nossa existência, desfrute destes breves momentos para que amanhã possa recordar.