Identificação
A principal identificação é de natureza arcaica, elucido aqui para que possamos tornar consciente este processo maravilhoso do ser humano.
O conteúdo arcaico está relacionado a fases anteriores do estado de maturidade, ou seja, nossas primeiras experiências como sujeito, tomando como base o texto de David E. Zimerman que nos evidencia os estados de identificação vamos analisar estás quatro etapas com um olhar minucioso, com o fim de compreendermos a importância destes estados e a repercussão em nossa existência.
Adesiva: tal como foi descrita por E. Bick (na sua concepção de “pele psíquica”, 1968) e por Meltzer (quando alude aos “pseudópodos mentais”, 1975), que consiste no fato de que a criança ainda não se “desgrudou” da mãe e, nesse caso, “ter” a mãe é o mesmo que “ser” a mãe; portanto, há uma “fusão”, e não se forma uma “identificação” acompanhada com uma necessária “individuação”.
Uma criança ao nascer é somente ID (Instancia psíquica que contém conteúdo arcaico, pulsões de vida e morte, instintos e conteúdo que é reprimido ao decorrer da vida) de acordo com Freud, nos primeiros momentos da vida do sujeito não a distinção entre seu corpo e o da mãe e ao decorrer desta vivencia em contato com a realidade é formado ser EGO (Instancia psíquica, parte inconsciente, pré-consciente e consciente, o nosso “EU” Responsável pela percepção e critica). Melanie Klein complementa que em contato com a realidade, devido a conteúdo inato proveniente das pulsões formamos nossos primeiros sentimentos.
- Especular: a criança comporta-se como se fosse uma mera imagem que somente reflete os desejos da mãe, ou vice-versa, encara os outros como se esses fossem um simples prolongamento de si próprio.
Ainda em uma experiência arcaica percebemos, que devido a vida intrauterina o sujeito reproduz a dependência do corpo da mãe, acreditando fazer parte dos corpos que passam a ser identificados.
- Adictiva: decorre da anterior e consiste em que, devido à falta de figuras solidamente introjetadas, o indivíduo fica sem identidade própria e por isso ele fica “adicto” a certas pessoas que o completam e complementam.
Devido a não ter as figuras parentais presentes, impossibilitando a introjeção destas figuras, refreando a identificação outrora saldável em uma vivencia natural, o sujeito passa a se apropriar dos trejeitos de terceiros não assumindo uma identidade própria, o que se não superado, propicia um desconforto latente ao decorrer de sua existência.
- Imitativa: na evolução normal, essa forma é um primeiro passo para a construção de uma identidade sadia. No entanto, muitas vezes, pode constituir-se como uma forma permanente de personalidade que cabe chamar de “camaleônica”, porquanto esse sujeito não faz mais do que se adaptar (na verdade, submeter-se) aos diferentes ambiente.
Quando na vida adulta, a pessoa passa a reprimir seus desejos se adaptando as vontades do seu parceiro, pode omitir o que realmente é de certa forma se beneficiando desta pratica ou simplesmente, em uma identificação adictiva a pessoa não apresenta uma identidade própria, se anula, se reprime com o fim satisfazer o que o outro desejou.
