Identidade

Identidade Dando continuidade aos escritos de David E. Zimerman, analisamos mais desdobramentos da identificação nos seres humanos.
As identificações são resultado da introjeção das figuras parentais, no Ego e no Superego (Instância psíquica que contém conteúdo recebido por orientações parentais, normas de conduta, moralidade e trabalha como um sensor) ocorrendo das seguintes maneiras:
Com a figura amada e admirada: é a forma que constitui as identificações mais sadias e harmônicas.
Resultado do convívio saldável familiar, sendo uma introjeção positiva, estás figuras norteiam a identificação do sujeito.
Com a figura idealizada: costuma ser frágil, custa ao sujeito o preço de um esvaziamento de suas capacidades e uma pequena tolerância às decepções.
A idealização, cria uma figura onipotente, inalcançável, e qualquer alteração deste quadro frustra o sujeito, proveniente de uma primeira frustração com uma figura parental, introjeta uma figura ideal e passa a identificar, tendo dificuldades significativas no social na vida adulta.
Com a figura odiada: configura o que se conhece como “identificação com o agressor”
Está é uma introjeção negativa, presente na violência do convívio familiar, marcas que são levadas por toda uma vida se não tratadas.
Com a figura perdida: é a base dos processos depressivos, inclusive nos quadros melancólicos, segundo o mecanismo identificatório que está contido na célebre afirmativa de Freud (1917) de que “a sombra do objeto recai sobre o ego”.
O luto é o processo que ocorre devido à perda de um objeto onde ouve significativo investimento de energia libidinal, já a melancolia em comparação ao luto não necessariamente ocorreu a perda de um objeto querido. A identificação com a perda de uma figura amada, busca de certa forma trazer ao tangível o objeto perdido que só habita em sua psique, quem nunca ouviu a frase “ele é igual ao pai”.
Com a figura que, na realidade ou fantasia, foi atacada: para esta última situação, proponho a denominação de “identificação com a vítima”. Nestes casos, é comum que persista a presença de um mesmo aspecto da “vítima”, como pode ser um sintoma, valor, maneirismo, etc.
Um valor é formado ao decorrer da vida, logo tomamos como valor aquilo que certa maneira nos apresenta um benefício, assim, o estado de vítima de pode apresentar benefícios para a pessoa que se vítimiza, se identificar assim dificulta o trato social, causando desconfortos ao decorrer da existência, a participação como responsável pela sua realidade praticamente é mínima, encontrando nos outros o motivo real ou imaginário para o seu desconforto.

Com os valores que lhe foram impostos pelos pais, na base do “tu vais ser igual à louca da tia Maria…”
O Superego tem como função a censura, quando uma criança tem um comportamento e é dado uma referência para este comportamento em uma pessoa real ela passa a se identificar com está pessoa. Aquela orientação recebida dos pais, tem grande influência no como ela irá se perceber a decorrer da vida, sentindo culpa por sentir o que sente ou chegando ao ponto de se punir por não aceitar ser aquilo que foi rotulada, em outras palavras, estes valores são responsáveis por grandes conflitos existenciais, que se não tratados, podem ser manifestos por toda uma existência.