Processo psicanalítico
No artigo anterior tivemos contato com 9 forças favoráveis ao tratamento psicanalítico, hoje vamos conhecer o que desfavorece a aplicação do método e de desfrutar dos benefícios que são ocasionados pela psicanalise.
Dentro do sujeito manifestam estás forças, podemos nos conhecer, possibilitando assim, uma melhora na aplicação do método e na busca de alto conhecimento, tendo um comprometimento além das impressões, pensamentos e sentimentos, com um fim direcionado a resultados, conhecendo um processo de realização e de conquista.
- As manobras defensivas do ego inconsciente que fornecem os modelos para operações de resistências.
Os mecanismos de defesa do Ego, em certo contextos eles são benéficos, nos auxiliam a lidar com nossa realidade, a passar por angustia, não tem um cunho patológico, porém, o problema se faz presente quando é utilizado demasiadamente ou fora de contexto, e é neste ponto que o desfavorável se faz presente, independente do que seja vivenciado persista, um bom analista pode te conduzir a consciência deste processo podendo assim lidar com ele.
- O Medo da mudança e a busca de segurança que impele o Ego infantil a se agarrar aos padrões neuróticos e familiares.
Nenhuma mudança é aceita pacificamente, existem pontos de fixação onde quando enfrentamos uma situação de grande angustia ou que venha nos desestruturar, tendemos a regredir para estes pontos, assumindo assim alguns padrões que nos desfavorecem ao lidar com o mundo, a resistência aqui apresentada pode estar sendo projetada, pois foi relacionado a figura do analista uma figura familiar, sendo assim um conflito não solucionado, sendo reproduzido inconscientemente pelo analisado. Embora nossa mente muitas vezes nos pregue peças, nos limitando, busque o comprometimento com o tratamento, o analista te conduzira para uma nova perspectiva da sua realidade.
- O Superego irracional que exige sofrimento a fim de expiar uma culpa inconsciente.
As orientações que recebemos do nosso ciclo de social, de nossos parentes, regras de conduta, conteúdo teológico, tudo isto tem um cunho de censura, essa censura em partes deveria ser saudável, nos auxiliando a lidar com nossas escolhas e desejos, porém quando não existe um amadurecimento saldável, aquilo que sentimos, muitas vezes de origem natural, pode ser encarado pelo superego (O Sensor) como um desejo impróprio e inaceitável, consequentemente ocasionando o sofrimento. Busque conhecer a ti mesmo, ninguém veio neste mundo para sofrer, ninguém veio neste mundo como culpado, insista na análise, o psicanalista vai te auxiliar a elucidar e a superar estes processos que você enfrenta.
- A transferência hostil que motiva o paciente a derrotar o psicanalista.
Introjetadas em cada um de nós existem figuras e estás figuras infelizmente muitas vezes não são positivas, ao associarmos ao psicanalista uma destas figuras negativas, consequentemente a transferência realizada, irá afetar o relacionamento analisado e analista, por outro lado, um bom analista pode te conduzir a uma resposta positiva proveniente desta manifestação, embora suas impressões digam que não, confie, você terá uma resposta positiva.
- A transferência romântica e sexual que leva a inveja e a frustração e finalmente, a uma transferência hostil.
Transferência de uma figura relacionada a satisfação romântica e sexual, devido a frustrações e desilusões nesta área, sendo que não é possível satisfazer seus desejos desta forma, consequentemente ocorre, a manifestação da inveja, essa que remonta um período arcaico do ser, um conflito que tem relação com a fase oral e que não foi solucionado com base na imaginação e criatividade da criança, não desenvolvendo a capacidade de ser a fonte da satisfação, o mesmo busca denegrir e desmerecer aquele que tem está capacidade, a frustração se faz presente quando seus desejos não são satisfeitos da forma que o mesmo planejava, já a transferência hostil é a consequência deste processo, que evidencia a imaturidade, a falta de autonomia e a fragilidade do sujeito, encontrando na hostilidade a única forma de lidar com a sua realidade.
- Impulsos sádicos e masoquistas que impulsionam o paciente a cria uma variedade de prazeres dolorosos.
Durante o amadurecimento deste sujeito, ocorreram situações que acarretaram em sua busca de prazer de uma forma muitas vezes não aceita socialmente, muitas vezes o próprio sujeito desconhece os motivos do por que escolhe o sofrer.
- Impulsividades e tendências à atuação que impelem o paciente na direção de gratificações rápidas e, ao mesmo tempo, lutando contra a compreensão interna.
É muito mais fácil, se utilizar de um paliativo, ou algo que maquie a dor do que lidar com a própria realidade, identificar a origem real de nossos afetos causa desconforto, e muitas vezes se utiliza desta forma de negação, impedindo assim o progresso do tratamento.
- Os ganhos secundários da doença neurótica que tentam o paciente a ficar preso a sua neurose.
Eu posso garantir que nenhuma fantasia pode nos levar a realização, que nenhuma fantasia pode ocasionar a felicidade, a realização, a felicidade, o bem estar, está na realidade, só que ao encararmos a nossa realidade, temos que lidar muitas vezes com situações que temos evitado, ao decorrer da nossa existência, situações estás que causam desconforto, que ocasionam dores, mas quando tratadas resultam na liberdade, nenhum ganho secundário justifica se privar da própria existência, assuma a responsabilidade sobre a sua realidade.
Nestas 8 forças citadas podemos ter uma ideia daquilo que conflitua com o analisando, que busca ter uma resposta positiva de sua análise, podendo ser utilizada tanto como uma direção de autoanalise para apresentar ao analista situações identificadas, como também recurso didático tanto para psicanalista como para analisado.
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