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Desenvolvimento psiossexual

Desenvolvimento psicossexual

Desenvolvimento

“A opinião popular tem ideias muito definidas sobre a natureza e as características do instinto sexual. Entende-se geralmente que ele está ausente na infância, que começa na puberdade, em ligação com o processo de desenvolvimento da maturidade, e que será revelado nas manifestações de uma irresistível atração exercida por um sexo sobre outro; enquanto a sua finalidade se presume ser a união sexual ou, tem todo caso, as ações que conduzem nessa direção” (FREUD, 1905, p. 135)

O senso comum ainda mantém está perspectiva, desconhecendo as fases ou ignorando o desenvolvimento psicossexual, o que não anula que estás etapas da nossa vida existam e possam ser observadas. Acreditar que a sexualidade do ser humano está relacionada somente ao ato sexual é um equívoco, por isso neste breve artigo serão apresentadas as fases e sua relação na vida do sujeito, para que possamos evidenciar tamanha importância em nossa existência.

Libido

De acordo com a etimologia da palavra libido, a mesma é proveniente do latim libidus.inis que tem como significado anseio ou desejo, já em uma abordagem contemporânea, temos como significado prazer, desejo sexual. Para Sigmund Freud, a libido, vai além destes conceitos, proveniente de uma pulsão sexual, ou seja, está relacionada aos nossos instintos de preservação, ela se apresenta como parte de suma importância em nossa energia vital.

De acordo com o conceito de libido cunhado por Freud, nós podemos observar ás manifestações da mesma a dividindo em fases, estás são então ás fases do desenvolvimento psicossexual, que ao decorrer do amadurecimento sujeito pode ser observada em determinadas zonas erógenas, ao qual, conheceremos aqui.

Desenvolvimento da libido

Freud organiza o desenvolvimento psicossexual em cinco fases, estás seguem uma sequência lógica de seu amadurecimento, porém, não a um tempo estabelecido entre elas podendo avançar e retroceder de acordo com a subjetividade de cada sujeito. Cada fase perceptivelmente apresenta e deixa marcas profundas, o que Freud denomina, Pontos de Fixação, resultado de uma gratificação em excesso ou de um momento de grande desconforto.

Os pontos de fixação, podem ser tomados como referencias em determinadas fases do desenvolvimento e serão retomados em contato com uma crise, um grande desconforto ou um abalo emocional.

“(…) diferentes momentos evolutivos deixam impressos no psiquismo aquilo que Freud denominou de pontos de fixação, em direção aos quais eventualmente qualquer sujeito pode fazer um movimento de regressão. Os “pontos de fixação” formariam-se a partir de uma exagerada gratificação ou frustração de uma determinada “zona erógena”. No primeiro caso, o sujeito, diante de angústias insuportáveis, tenta regredir para um tempo e um espaço que lhe foi tão protetor e gratificante; no caso de uma excessiva frustração que foi a determinante do ponto de fixação, a regressão dá-se, muitas vezes, sabemos hoje, como uma tentativa de resgatar alguns ‘buracos negros’ existenciais” (ZIMERMAN, 1999, p. 92).

Fase oral

Ocorre desde o nascimento até próximo os dois anos de idade, a zona erógena nesta fase se situa na boca, vinculasse ao prazer de mamar e utilizar a chupeta.

Essas experiências vivenciadas pelo bebê auxiliam na formação de sua psique, além da gratificação pulsional. A boca se torna um meio de alimentação, proteção, conhecimento e prazer. Embora as visíveis participações da boca nesta fase a atuação de todos outros sentidos auxiliam, no amadurecimento e desenvolvimento do bebê.

Podemos dividir a fase oral em duas etapas, a primeira ativo-receptiva e a segunda ativo incorporativa, sendo que na primeira etapa o bebê recebe os conteúdos e na segunda etapa desenvolve autonomia manuseia objetos.

Com a fixação nesta fase, o adulto desenvolve hábitos relacionados a via oral, falar demais, fumar, beber, mascar chicletes, sempre em excesso busca sempre outras atividades que envolvam a boca para sua satisfação. Também podemos perceber na personalidade do sujeito características que envolvam, dependência, intolerância, ansiedade e frustração.

Causada por uma experiência de grande desconforto, o adulto regride a está fase em busca de satisfação.

Fase anal

Embora não seja exclusivo para esta fase a zona erógena onde se encontra grande investimento de energia libidinal são os esfíncteres de micção e evacuação, situada entre os segundo e terceiro ano de vida.

“(…) diferentes momentos evolutivos deixam impressos no psiquismo aquilo que Freud denominou de pontos de fixação, em direção aos quais eventualmente qualquer sujeito pode fazer um movimento de regressão. Os “pontos de fixação” formariam-se a partir de uma exagerada gratificação ou frustração de uma determinada “zona erógena”. No primeiro caso, o sujeito, diante de angústias insuportáveis, tenta regredir para um tempo e um espaço que lhe foi tão protetor e gratificante; no caso de uma excessiva frustração que foi a determinante do ponto de fixação, a regressão dá-se, muitas vezes, sabemos hoje, como uma tentativa de resgatar alguns ‘buracos negros’ existenciais” (ZIMERMAN, 1999, p. 92).

Podemos dividir esta fase em duas etapas, anal expulsiva e anal retentiva, onde na primeira etapa a criança passa a compreender a função excretora e se utiliza da mesma para atingir os pais e na segunda etapa onde com um controle aprendido configura um caráter masoquista.

Adultos quando fixado nesta fase nutrem sentimentos de ambivalência amor e ódio, tendo necessidade de controle ou manipulação de pessoas, demonstrando ser competidores assíduos e também por caracterizar a formação de neuróticos obsessivos compulsivos.

Fase Fálica

Está fase se concentra no falo, o investimento libidinal está direcionado simbolicamente aos genitais, sendo vivenciada dos três ao sexto ano, esta subjetiva a cada sujeito.

Está é fase dos “Por quês? ” Relativos as questões genitais e outras questões buscam encontrar uma explicação para ás novas percepções.

É nesta fase que se manifesta o Complexo de Édipo, onde o menino nutre afeto a mãe e rivaliza com o pai e a menina por sua vez nutre afeto pelo pai e rivaliza com sua mãe, sendo um ponto significativo de amadurecimento psicoafetivo.

De acordo com Freud esta situação se apresenta na vida psicossocial, por meio de mecanismos sociais de controle, sendo estes as orientações parentais, moralidade, acordos sociais, leis e teologia.

Período de latência

Após os seis anos, sendo subjetivo a cada sujeito, a criança se depara com uma amnésia das vivencias experiências nas fases anteriores, sendo perceptível o desenvolvimento das estruturas egóicas, onde também a criança direciona sua libido ao meio social, escola, esporte, interação com iguais, um perceptível amadurecimento do seu caráter e de sua interação psicossocial.  

Fase Genital

Fase marcada pela puberdade e adolescência, onde ocorre a maturação fisiológica do aparelho sexual, além das mudanças experiências no corpo.

É, por assim dizer, um “adoecimento” (do latim dolescere – crescer com dores), um momento de crise, de redescoberta: a necessidade de afirmação enquanto indivíduo, na busca por uma identidade individual, grupal e social (ZIMERMAN, 1999).

E nesta fase, ainda se pode reviver o complexo de édipo, sendo uma fase marcada por confrontos e uma percepção da realidade com uma conotação negativa.

Conclusão

Tivemos aqui um pequeno vislumbre da grandiosidade do que é o desenvolvimento psicossexual, cada etapa será abordada de maneira mais profunda em artigos posteriores, detalhando minunciosamente cada característica evidenciada durante estas fases de amadurecimento.

Essas cinco fases elucidadas aqui nos possibilitam iniciar uma identificação daquilo que nos acomete, possibilitando compreender os reais motivos destas experiências subjetivas, vivenciadas por cada ser humano, se te despertou interesse deixarei aqui dois livros de significativa importância, para compreender a grandiosidade do amadurecimento psicossexual e seus desdobramentos.

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