4 pontos de importância sobre a transferência Daniel Lagache

Transferência Daniel Lagache

Daniel Lagache, evidencia alguns pontos de importância sobre a transferência, vamos conhece-los e comenta-los.

1. A transferência é um fenômeno frequente e até mesmo regular; toda e qualquer reivindicação dirigida à pessoa do terapeuta é uma transferência e o paciente é pego a cada nova ocasião.  

Devido à natureza da relação, paciente analista se torna evidente, que algumas manifestações da parte do paciente, são arcaicas, e requerem a elucidação para que não venham a se tornar uma resistência, possivelmente limitando a análise.

2. Segundo os exemplos e as explicações que Freud nos fornece, o mecanismo da transferência supõe:

a) No passado, o recalcamento de um desejo.

b) No presente e na relação com o terapeuta, o despertar do mesmo afeto que, originalmente, forçou o paciente a banir esse desejo clandestino.

Durante a análise, a transferência se torna evidente, o que nos possibilita investigar o desejo transferido ao analista, o paciente visa, satisfazer o recalcado de uma maneira inconsciente na figura do analista, ou seja, a alteração emocional se torna presente, o sentimento relacionado a figura introjetada no paciente é evidenciado na relação com o analista, a transferência é uma arma poderosa para o tratamento do recalque.

3. Tecnicamente, a dificuldade só pode ser superada tornando, em primeiro lugar, o paciente consciente do obstáculo.

Cabe ao analista esclarecer, o motivo pelo qual a transferência se faz presente durante uma sessão de análise. Uma figura familiar sendo transferida a pessoa do analista com o fim de satisfazer um desejo reprimido, esclarecer este processo, descortinando o que se encontra por traz das ações apresentadas e das necessidades muitas vezes impostas.

4. Do ponto de vista terapêutico, Freud ficou inicialmente contrariado com este desvio, até o momento em que percebeu que o novo sintoma devia ser tratado como o antigo. Sua descoberta em 1912 possibilitou avanços significativos na clínica psicanalítica, percebendo que a transferência é fruto de figuras introjetadas e de desejos reprimidos, sem uma relação com a atualidade ou com a realidade. 

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